sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

CFOs brasileiros são os mais otimistas com a economia


CFOs do Brasil continuam otimistas sobre as perspectivas econômicas para 2013. As receitas (14%), os investimentos (7,25%) e os lucros (12%) são os indicadores que devem apresentar um crescimento mais robusto neste ano. As principais preocupações das empresas brasileiras são contratação e manutenção de funcionários qualificados e manutenção de margens. As empresas planejam investir na formação dos trabalhadores com o intuito de obter mão-de-obra qualificada. No geral, os CFOs da América Latina são os mais otimistas do mundo sobre as perspectivas econômicas para 2013. Estes são alguns dos resultados da recente pesquisa trimestral intitulada Panorama Global dos Negócios (CFO Survey – Global Business Outlook), conduzida pela Duke University, Fundação Getulio Vargas e CFO Magazine com o apoio da BMFBovespa e do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF). A pesquisa foi concluída no dia 07 de dezembro de 2012 e teve a participação de 896 CFOs (responsável pelas decisões financeiras das empresas) de todo o mundo, sendo 172 da América Latina (59 no Brasil). A pesquisa versa sobre as expectativas dos altos executivos para as suas empresas e para a economia.
Segundo os CFOs brasileiros, as receitas em 2013 deverão manter a forte tendência de expansão: 14%. Isso é muito mais do que as estimativas para a inflação (em torno de 7%). Crescimento similar também é esperado em outros países da América Latina. Os investimentos das empresas também devem crescer em aproximadamente 7,2% no próximo ano (na América Latina em geral esse número é ainda maior: 13%. As contratações de empregados devem aumentar moderadamente, com o número de empregados em tempo integral, em média, aumentando em 3,3% em 2013. Os salários devem acompanhar a inflação e aumentar em cerca de 7%. Por outro lado, a tendência é de queda no crescimento dos gastos com publicidade e pesquisa e desenvolvimento. "Os nossos números indicam que o Brasil vai continuar a crescer em 2013 ainda que a uma taxa menor. Alguns países latino-americanos tiverem um pequeno crescimento em 2012. Contudo, a expansão econômica deve retornar à região na maioria dos países", disse Gledson de Carvalho, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Brasil e co-diretor da pesquisa Panorama Geral dos Negócios no Brasil. "Os fundamentos econômicos são consistentes com continuidade da expansão no Brasil, dando sinais de que é possível sustentar o crescimento forte no próximo ano, mesmo quando a atividade econômica no resto do mundo esteja mais lenta."
O crescimento latino-americano mostra-se autossustentado na medida em que as economias da região estão significativamente interligadas. 60% dos CFOs brasileiros dizem que um crescimento mais lento no restante da América Latina prejudicaria suas empresas e aproximadamente 75% das empresas em países de língua espanhola da América Latina dizem que um crescimento mais lento do Brasil iria prejudicar suas empresas em 2013. 77% das empresas Brasileiras planejam pagar bônus aos empregados no final do ano. Um 30% das empresas dizem que os bônus serão maiores do que no ano passado, e 40 por cento afirmam que os bônus em 2012 serão semelhantes ao do último ano.
A maior dificuldade relatada pelos CFOs brasileiros é manter os atuais níveis de margens de lucro (68%). Quase dois terços (65%) das empresas brasileiras relatam dificuldade em atrair e reter funcionários qualificados, figurando como a como maior preocupação dos CFOs. "Tem ocorrido um descompasso entre as necessidades de trabalhadores das empresas e as habilidades dos funcionários", diz Klenio Barbosa, professor de Economia da FGV e co-diretor da pesquisa Global Business Outlook. "Felizmente, as empresas brasileiras mostram-se bastante dispostas a treinar trabalhadores. Apesar de 76% das empresas terem reduzido o investimento na formação de trabalhadores ao longo dos últimos anos, 100% dessas empresas planejam aumentar os gastos em treinamento para patamares acima dos recentes níveis históricos."
O otimismo econômico tem sido estável no Brasil e se tornado mais forte na América Latina. Em uma escala de 0 a 100, os CFOs do Brasil atribuem a nota 60 para o seu otimismo com relação à economia brasileira (esse número vem se mantendo estável. Já os CFOs da América Latina em geral atribuem 66 para o seu otimismo com relação as economias de seus países, contra 60 no último trimestre (no México, Chile e Peru, este índice é 75. Na Colômbia 60. Os CFOs argentinos estão menos otimistas: 49). Este mesmo índice é cerca de 52 nos Estados Unidos e Europa e 60 na Ásia.

(Canal Executivo)

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