CFOs do Brasil continuam otimistas sobre as perspectivas
econômicas para 2013. As receitas (14%), os investimentos (7,25%) e os lucros
(12%) são os indicadores que devem apresentar um crescimento mais robusto neste
ano. As principais preocupações das empresas brasileiras são contratação e
manutenção de funcionários qualificados e manutenção de margens. As empresas
planejam investir na formação dos trabalhadores com o intuito de obter
mão-de-obra qualificada. No geral, os CFOs da América Latina são os mais otimistas
do mundo sobre as perspectivas econômicas para 2013. Estes são alguns dos
resultados da recente pesquisa trimestral intitulada Panorama Global dos
Negócios (CFO Survey – Global Business Outlook), conduzida pela Duke
University, Fundação Getulio Vargas e CFO Magazine com o apoio da BMFBovespa e
do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF). A pesquisa foi
concluída no dia 07 de dezembro de 2012 e teve a participação de 896 CFOs
(responsável pelas decisões financeiras das empresas) de todo o mundo, sendo
172 da América Latina (59 no Brasil). A pesquisa versa sobre as expectativas
dos altos executivos para as suas empresas e para a economia.
Segundo os CFOs brasileiros, as receitas em 2013 deverão
manter a forte tendência de expansão: 14%. Isso é muito mais do que as
estimativas para a inflação (em torno de 7%). Crescimento similar também é
esperado em outros países da América Latina. Os investimentos das empresas
também devem crescer em aproximadamente 7,2% no próximo ano (na América Latina
em geral esse número é ainda maior: 13%. As contratações de empregados devem
aumentar moderadamente, com o número de empregados em tempo integral, em média,
aumentando em 3,3% em 2013. Os salários devem acompanhar a inflação e aumentar
em cerca de 7%. Por outro lado, a tendência é de queda no crescimento dos
gastos com publicidade e pesquisa e desenvolvimento. "Os nossos números
indicam que o Brasil vai continuar a crescer em 2013 ainda que a uma taxa
menor. Alguns países latino-americanos tiverem um pequeno crescimento em 2012.
Contudo, a expansão econômica deve retornar à região na maioria dos
países", disse Gledson de Carvalho, professor de finanças da Fundação
Getulio Vargas (FGV) no Brasil e co-diretor da pesquisa Panorama Geral dos
Negócios no Brasil. "Os fundamentos econômicos são consistentes com continuidade
da expansão no Brasil, dando sinais de que é possível sustentar o crescimento
forte no próximo ano, mesmo quando a atividade econômica no resto do mundo
esteja mais lenta."
O crescimento latino-americano mostra-se autossustentado na
medida em que as economias da região estão significativamente interligadas. 60%
dos CFOs brasileiros dizem que um crescimento mais lento no restante da América
Latina prejudicaria suas empresas e aproximadamente 75% das empresas em países
de língua espanhola da América Latina dizem que um crescimento mais lento do
Brasil iria prejudicar suas empresas em 2013. 77% das empresas Brasileiras
planejam pagar bônus aos empregados no final do ano. Um 30% das empresas dizem
que os bônus serão maiores do que no ano passado, e 40 por cento afirmam que os
bônus em 2012 serão semelhantes ao do último ano.
A maior dificuldade relatada pelos CFOs brasileiros é manter
os atuais níveis de margens de lucro (68%). Quase dois terços (65%) das
empresas brasileiras relatam dificuldade em atrair e reter funcionários
qualificados, figurando como a como maior preocupação dos CFOs. "Tem
ocorrido um descompasso entre as necessidades de trabalhadores das empresas e
as habilidades dos funcionários", diz Klenio Barbosa, professor de
Economia da FGV e co-diretor da pesquisa Global Business Outlook.
"Felizmente, as empresas brasileiras mostram-se bastante dispostas a
treinar trabalhadores. Apesar de 76% das empresas terem reduzido o investimento
na formação de trabalhadores ao longo dos últimos anos, 100% dessas empresas
planejam aumentar os gastos em treinamento para patamares acima dos recentes
níveis históricos."
O otimismo econômico tem sido estável no Brasil e se tornado
mais forte na América Latina. Em uma escala de 0 a 100, os CFOs do Brasil
atribuem a nota 60 para o seu otimismo com relação à economia brasileira (esse número
vem se mantendo estável. Já os CFOs da América Latina em geral atribuem 66 para
o seu otimismo com relação as economias de seus países, contra 60 no último
trimestre (no México, Chile e Peru, este índice é 75. Na Colômbia 60. Os CFOs
argentinos estão menos otimistas: 49). Este mesmo índice é cerca de 52 nos
Estados Unidos e Europa e 60 na Ásia.
(Canal Executivo)
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