Muito empreendedor de primeira
viagem confunde a ideia que dará origem à sua empresa com o garimpo de uma
pedra preciosa. O engano, na maioria das vezes, é fatal. Quando encontramos uma
joia rara, o capital ou parte dele já se concretiza ali. Somos prontamente
premiados ao termos nos envolvido na busca com altas doses de sorte, combinada
com habilidade e esforço.
Mas a ideia que sustentará sua
empresa exige uma analogia complementar. É como se buscássemos (e
encontrássemos) uma joia rara todos os dias. De valor menos significativo, mas
um achado determinante para confirmar na somatória dos dias, meses e anos o
sucesso da empresa. Uma joia tão rara que escapa do senso comum por se
materializar a partir de nossa capacidade de se antecipar às necessidades reais
e latentes, mas intangíveis, de nossa clientela.
Empreender se torna, quanto mais
avançamos nessas analogias, uma tarefa extremamente sutil, quase
espiritualizada, que nos coloca como músicos de jazz diante de uma plateia
sofisticada. E a cada nota (serviço ou mercadoria) harmonizada com os demais
músicos (fornecedores e colaboradores), arrancamos aqui e ali aplausos (compras
repetidas) que confirmarão nossos acertos diários.
Suficientes para validar cada dia
que voltamos para casa felizes por poder desfrutar o sono de quem voltará
amanhã para reabrir a empresa. E o garimpo diário recomeça. Na busca permanente
de diferenças incrementais, na insistência continuada de achar aquele produto,
serviço ou atenção que surpreenderá e vinculará aqueles clientes à nossa empresa.
E as chances de encontrar a melhor maneira de atender, de vender, de entregar
um produto ou serviço têm que ser encontradas, no mesmo dia.
Mas são oportunidades que nunca se
entregam de maneira óbvia, porque emergem de relações instáveis e aleatórias, que
se realimentam das necessidades dos clientes e da capacidade de atendimento de
empresas como a sua. Se você ainda aceita nossas analogias que misturam o
garimpo diário na busca de joias raras de atendimento com a possibilidade de
agregar valores que confirmarão o sucesso de seu empreendimento se manterá
sempre em alerta máximo.
Mas sem perder a sensibilidade dos
empreendedores que buscam satisfazer especialmente as necessidades sutis (e
quase espiritualizadas) de sua clientela. Que usam os produtos e serviços que
procuram na sua empresa apenas para se confirmarem humanos. Profundamente
humanos.
Fonte: Marco Roza, diretor da
Agência Consumidor Popular e estrategista de novos negócios.
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