Falta de planejamento, deficiências na gestão e o próprio
comportamento empreendedor são as principais causas do fechamento de empresas
em seus primeiros anos de atividade. Isso é o que mostra a pesquisa inédita do
Sebrae-SP Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco
anos de vida.
Pela pesquisa, 46% dos empreendedores afirmam ter iniciado o
negócio sem conhecer os hábitos de consumo dos clientes nem o número de
consumidores que teriam. Outros 39% ignoravam qual o capital de giro necessário
para abrir a empresa e 38% não sabiam quantos concorrentes enfrentariam. O levantamento constatou ainda que 55% dos donos de empresas
não elaboraram um plano de negócios antes da abertura, documento que contempla
todos os detalhes do empreendimento como aspectos financeiros, mão de obra
necessária, estratégias de marketing, perfil do público-alvo, pontos fortes e
fracos, riscos, oportunidades, em resumo, tudo o que o empreendedor tem de
analisar para exercer sua atividade com mais segurança. “Esses são alguns
equívocos que muitos empreendedores cometem. Eles praticamente abrem uma
empresa no escuro, sem o conhecimento básico necessário para entrar no mercado.
Isso diminui as chances de a empresa sobreviver”, afirma o diretor técnico do
Sebrae-SP, Ivan Hussni. “Os resultados evidenciam que parcela significativa dos
empreendedores simplesmente não levanta informações fundamentais”, reforça o
coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira.
A pesquisa também indica que a bagagem que o empresário leva
para o negócio faz diferença. Entre as empresas que fecharam as portas em até
cinco anos, 58% dos responsáveis disseram ter experiência prévia ou
conhecimento no ramo. Já entre os empreendimentos que se mantiveram em
atividade, essa parcela aumenta para 72%. “É fundamental que o empresário se
prepare, pois o que está em jogo é o sonho de empreender e, com frequência, são
as economias de uma vida ou da família que bancam esse sonho”, ressalta Hussni.
Quanto às estratégias adotadas para atrair clientes, a
diferenciação mostrou-se mais vantajosa para a manutenção do negócio no mercado
do que a aposta em preços competitivos. Entre as empresas ativas, 38% optaram
por oferecer diferenciais em produtos e serviços, escolha de 26% das que
fecharam. Já a adoção de uma política calcada em preços foi a preferência de
31% dos negócios encerrados e 23% dos em funcionamento. O comportamento
empreendedor também influi. Nas empresas que passaram dos cinco anos, os
empresários se antecipam aos fatos, buscam informações e perseguem os objetivos
com mais frequência do que nas empresas encerradas.
A pesquisa revelou ainda que parte dos empresários, cujos
negócios naufragaram, veio a reconhecer o bom planejamento antes da abertura
como o fator mais importante para a sobrevivência da empresa. Este grupo reúne
49% das empresas encerradas. Já entre os que se mantiveram ativos no mercado,
36% consideram esse o aspecto mais relevante e 34% apontam a gestão após a
abertura como fator mais significativo para a sobrevivência.
Fonte: Canal Executivo/UOL
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