Pesquisa da Michael Page, realizada com mais de 1500
profissionais de diversos setores e níveis hierárquicos no Brasil, avalia a
percepção dos entrevistados com relação às suas próprias expectativas com
relação aos seus líderes ou liderados. De acordo com Paulo Pontes, Presidente
da Michael Page Brasil, esta pesquisa é importante ferramenta para auxiliar as
áreas de recursos humanos a melhor organizarem o fluxo de informação e
comunicação entre áreas, líderes e liderados. “Em diversas ocasiões, a
comunicação é o fator primordial para o sucesso ou o fracasso de qualquer
estratégia corporativa. Isso é mais evidente nas relações entre equipes,
especialmente quando envolvem expectativas destes executivos”, conclui. A
Michael Page perguntou aos profissionais juniores se o seu gestor atende às
suas expectativas e mais da metade dos entrevistados disse que não. 52% dos
profissionais não estão satisfeitos com seus gestores. Em paralelo, foi
perguntado aos gestores se eles se sentem preparados e aptos a coordenar os
times que possuem. Mais de 73% afirmaram que sim. Ou seja, se sentem preparados
para liderar e acreditam que o façam de maneira satisfatória a seus liderados. “Isto
mostra uma tendência importante. Os gestores podem estar vivendo um
distanciamento significativo da realidade de seus times, muito pela pressão por
resultados ou pela demanda dos níveis mais altos da organização. Isso cria uma
pressão por exposição que o afasta muitas vezes do dia-a-dia dos times”, afirma
Pontes.
Quando explorados os requisitos que cada grupo acredita ser
de grande importância para que esta relação seja ideal, são percebidas muitas
diferenças. Foi perguntado aos gestores, por exemplo, como eles se enxergam, ou
seja, quais características são mais fortes em seus perfis. Itens como
Integridade, visão estratégica e Participação são os mais freqüentes na mente
do gestor como fatores mais importantes para uma boa liderança. Quando
perguntado aos liderados o que eles esperam de seus gestores, as respostas
mostras as diferenças de maneira mais contundente. O resultado mostra que,
apesar de fatores como participação e visão estratégica figurarem entre as
prioridades nos dois grupos, o item motivação é algo que ainda falta à gestão
atual. “Normalmente, as equipes mais consolidadas, com certo nível de
senioridade, já possuem os aspectos técnicos necessários. Sua performance pode
melhorar a partir daí por meio de um processo motivacional consistente”, afirma
o especialista. “Depois de certo tempo, o profissional busca um motivo para
seguir motivado na companhia. E isso muitas vezes passa por um forte trabalha
de inspiração do gestor. Mostrar perspectiva é fundamental para preservar a
força da equipe”, reforça.
Quando perguntados sobre o que deve ser feito na prática
para a melhora da gestão, os dois grupos chegam em um consenso: Comunicação.
73% dos liderados e 60% dos líderes são categóricos em dizer que, para melhor
equilibrara esta relação, aperfeiçoar o fluxo de comunicação é fundamental. Pontes
ainda explica que, apesar deste alinhamento de pensamento quanto à prioridade,
a dificuldade em implementar isso ainda é grande. Um processo consistente de
feedback e comunicação com os times, por mais que seja percebido como todos
como importante na organização, ainda enfrenta diversas dificuldades na
implementação prática. “Os RHs têm trabalhado em ferramentas e processos para
melhorar este fluxo, mas isso ainda depende fundamentalmente do perfil pessoal
e disciplina do gestor. “Isso deve fazer parte da agenda prioritária do
executivo”, afirma.
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